O mês de maio é um ótimo mês para praticar Trail
Running, com toda a natureza no seu esplendor, especialmente as
montanhas, e o Hélder Pinto ajudou orgulhosamente a pintar os trilhos do
Minho com as cores garridas da camisola da AD Amarante Trail Running,
primeiro no Trail Limiano, a 5 de maio, e depois na Ultra Trail da Geira
Via Nova Romana, a 19 de maio.
A primeira prova, de 28km e 1400m D+, com início e
fim em Ponte de Lima, foi preparada como um treino para a que teria
lugar duas semanas depois. À chegada, logo a primeira contrariedade, com
imenso tempo para levantar o dorsal, com a organização muito pouco
preparada. Os participantes aproveitavam para pôr a conversa em dia, mas
também iam arrefecendo. Quando o dorsal finalmente estava na mão, não
houve sequer tempo para a normal ida ao WC antes da partida, pois o
arranque deu-se pouco tempo depois! Os primeiros kms foram rolantes, na
Ecovia, mas logo com muita gente a perder-se, devido a problemas na
marcação do percurso. Finalmente, começou-se a subir para o monte e aqui
começou o espetáculo, com as impressionantes vistas para o vale do Rio
Lima. A inclinação era forte, mas nada de demasiado duro. Chegados à
primeira elevação do dia, novamente gente a perder-se... Depois, as
marcações lá atinaram, e foi um sobe e desce constante, sempre
divertido, com muitas passagens pelos cursos de água da região, e com
uns momentos muito especiais, quando se ladeou o vale do Rio Trovela -
inesquecível. A gestão do esforço permitiu aguentar bem a dureza da
prova até perto do final. No entanto, o ânimo foi-se esvaindo à medida
que se percebia que a prova não teria 28km, mas sim 31km. Os últimos 2km
foram mais sofridos, mas não impediram o Hélder de chegar à meta num
honroso 79.º lugar, em 188 participantes, com o tempo de 4h08m27s.
Duas semanas depois, o grande desafio da Primavera: a
primeira Ultra do currículo, na Geira - Via Nova Romana, com uns
assustadores 52km e uns menos impressionantes 1900m D+. Levantar bem
cedo (3h45), para chegar a Caldelas a tempo de levantar o dorsal e
apanhar o autocarro às 06h00 para Lobios, na Galiza, onde seria o local
de partida. Até aqui, tudo bem. Boa disposição, apesar da enorme fila
para ir à casa de banho no único café ao lado dos banhos quentes, onde
algumas pessoas já estavam refastelados a gozar um bom banho. Às 08h00,
um dos elementos da organização, vestido de imperador romano, profere o
discurso da partida, acompanhado de vários "Avé, César" pelos
participantes. É finalmente dado o arranque, e lá se foi correndo, a um
ritmo descontraído, poupando esforços na primeira e única grande subida,
de 7km, até à Portela do Homem, já em Portugal. A partir daqui, o
percurso era acessível, e até dava para tirar bastantes fotos à
envolvente do Gerês. No entanto, os kms iam pesando nas pernas e
aproveitavam-se bem todos os abastecimentos para repor energias. O ritmo
era constante, apesar do sobe e desce, e, à medida que nos
aproximávamos dos 30km e as sensações continuavam boas, o ânimo foi
subindo. Aos 40km, já era a vontade de conseguir o feito que mandava e
já não havia cansaço. Era só festa, sobretudo à passagem dos 42km, com
direito a mini-celebração. Os últimos 10km foram feitos a maior
velocidade, gastando as energias que tinham sido poupadas, para tentar
realizar um tempo inferior a 6 horas. À chegada a Caldelas, direito a
uma longa travessia dentro do rio, onde se testou as capacidades de
equilíbrio e se pôde recompor os músculos massacrados na água gelada.
Finalmente, o êxtase, a chegada, em 5h59m11s (foi por pouco!), e um 76.º
lugar em 169 participantes. Objetivo cumprido e felicidade de ter
conseguido algo que, um ano antes, achava ao alcance de pouca gente.
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