Trail Santa Luzia - 10 de Fevereiro de 2013


Nevoeiro, chuva, lama, muita lama e água, muita água! Foi nestas condições que os atletas enfrentaram os 33km do Trail Santa Luzia, no passado dia 10 de fevereiro, em Viana do Castelo. Bruno, Hélder Pinto, Pedro Marinho, Urbano Ribeiro, e Valter Cardoso alinharam à partida desta prova. 

Ainda faltavam 30 minutos para o início e já estávamos todos encharcados, tal era a chuva que caía, de nada valendo os impermeáveis. Mas mesmo assim, conseguimos tirar a foto de equipa, com boa disposição. O "tiro de partida" demorava, a chuva e o vento batiam, e os corpos estavam a esfriar, Como se verá adiante, estas condições foram determinantes para muitos dos percalços desta prova.

Finalmente, com um ligeiro atraso, deu-se a partida e lá fomos nós no pelotão, tentando não ficar muito para trás, para evitar os habituais engarrafamentos iniciais. As primeiras centenas de metros foram quase sempre a passo, em single track, muitas vezes dentro de água, o que obviamente não ajudou nada a que aquecêssemos rapidamente. As quebras de ritmo foram-se sucedendo nos primeiros 4km, sempre a subir, até ao primeiro pico do percurso. Entretanto, o pelotão já se tinha alongado bastante, cada um a seu ritmo. A descida até aos 6km trouxe o primeiro momento de relax.

Depois, nova subida, desta vez mais longa, até aos 12km, na zona das eólicas. Pelo caminho, a paisagem era sempre a mesma: muito nevoeiro, com uns penedos e um pouco de verde aqui e acolá, e sempre muitos regatos e charcos aos quais não conseguíamos escapar. Era sempre a molhar o pézinho! Apesar de prolongadas, as subidas nunca foram verdadeiramente penosas. As "paredes", se existiram, foram muito curtas.

A partir dos 12km, a prova ficou mais "fácil", quase sempre a descer, e aqui começaram a surgir os problemas, com o cansaço e os músculos frios a darem de si: quedas, problemas musculares, entorses... Desta vez, os riachos até ajudaram, pois sempre que o pé entrava em água gelada, era alívio instantâneo e duradouro.

Depois de darmos a volta ao monte de Santa Luzia, no trajeto de regresso a Viana, apanhámos a parte mais interessante do percurso. O abastecimento dos 23km ofereceu-nos um bom vinho do Porto, chá quentinho, e broa com mel! Muito bom para recuperar ânimo e boa disposição. Ainda faltavam 10km e convinha começar a jogar à defesa, para evitar "morrer na praia" ou agravar lesões. 

Por volta dos 28km finalmente conseguimos avistar o oceano por algumas ocasiões e, milagre, até o sol se vislumbrou por momentos! Mas foi de pouca dura, pois lá voltou a chuva a fustigar-nos. Corríamos então por cima de uma longa, interminável conduta de água em granito, muito estreita, e que, por duas vezes, se transformava em aquedutos de pelo menos uma dezena de metros de altura. Era necessária muita concentração para evitar cair da conduta ou para não entrar a correr por cima do aqueduto sem qualquer proteção...

Finalmente, a última subida e o último abastecimento. Estávamos a gastar as últimas forças, o discernimento começava a faltar, e a sinalização do percurso deixava a desejar. Foi nesta fase que vários de nós se perderam durante alguns minutos...

A 2km do fim, a última atração turística do percurso, com o breve privilégio de atravessar a belíssima Citânia de Santa Luzia. Então, foi sempre a descer até à meta, com muito cuidado para não nos estatelarmos nos riachos e calhaus. Chegados à meta, o que queríamos todos era tirar rapidamente a roupa encharcada e tomar um bom banho quente!


Foi uma experiência importante, para quase todos a primeira vez que foi vencida a barreira dos 30km. Agora, venham os Trilhos do Paleozóico!

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