UMA PROVA DE LOUCOS PARA LOUCOS, MAS VERDADEIRAMENTE ESPECTACULAR.
No desenrolar do texto perceberão melhor o porquê. Com uma semana de treino que devia ser destinada unicamente para a prova de Trail Running nas Aldeias do Xisto, a constipação, não me permitiu quase vir para o exterior treinar, levando a que os meus treinos intensivos fossem basicamente no ADVANCED TRAINING, com corrida na passadeira com inclinação, Spinning, natação e musculação, mas não substituindo como é obvio o que devia ter feito, que era subidas no exterior.
No desenrolar do texto perceberão melhor o porquê. Com uma semana de treino que devia ser destinada unicamente para a prova de Trail Running nas Aldeias do Xisto, a constipação, não me permitiu quase vir para o exterior treinar, levando a que os meus treinos intensivos fossem basicamente no ADVANCED TRAINING, com corrida na passadeira com inclinação, Spinning, natação e musculação, mas não substituindo como é obvio o que devia ter feito, que era subidas no exterior.
O dia para conhecer as famosas Aldeias do Xistro aproximava-se e os preparativos para o mesmo também. Na Sexta-feira a seguir ao trabalho, os novos “Trail Runners de Amarante”, Bruno, João Marinho, Paulo Rocha e Jorge Ventura, não esquecendo a Sónia, namorada do Rochinha, partimos com destino há Lousa, para uma nova experiencia, tendo paragem para jantar em Coimbra, onde numa visita de médico ainda deu para estarmos com o meu amigo Daniel Monteiro. Chegados há Lousã, levantamos os kits, e partimos para a nossa área de lazer, onde estávamos convencidos que o trajecto ate seria de rápida deslocação, mas como meu carro, de veiculo de monte não tem nada, conseguimos demorar mais de meia hora, mas chegados ao local, este tempo de demora compensou tudo o resto. Talasnal era lindíssimo, uma Aldeia do Xisto no meio do nada, simplesmente espectacular, onde a casa que nos abrigou e restante envolvência encantou-nos em cada contacto visual que íamos tendo, era simplesmente acolhedor e especial.
O Objectivo era deitar-nos cedo, mas com o encanto que ficamos não conseguimos deixar de ir ver um bocado da zona e tirar logo proveito das condições que tínhamos em casa. Eram 7h da manhã e la começam os despertadores a tocar, está na hora de nos levantar, onde rapidamente nos apercebemos do frio e do tempo chuvoso que íamos ter pela frente, mas a boa disposição manteve-se. Depois de mais uma “longa” viagem, lá chegamos ao tanto desejado que era a partida do Trail. No meio de tanta indecisão, lá cada um dos “ Fantastic Four” adoptou a sua táctica de equipamento a levar durante o trajecto. Eu como mantinha-me muito constipado, decidi ir bem agasalhado para não piorar. Como para mim esta prova era uma novidade, não sabia bem que tipo de estratégia iria adoptar, a não ser a de precaução, pois o objectivo era terminar.
Foi durante toda a prova uma aprendizagem, para as que aí vem. Logo no início apercebi-me que mesmo que depois perca ritmo, devemos tentar ir o mais para a frente possível, pois deixei-me ir nos 30 primeiros e deparei-me logo nos primeiros kms com atletas mais lentos em single-tracks (ultrapassagem quase impossível), não permitindo manter a minha corrida e fazer com que não conseguisse começar a aquecer os músculos como devia. Logo a seguir mais um obstáculo, para uma pessoa como eu que tem vertigens, passar a correr, devagar claro, num estreito durante uns largos metros, onde de um lado era ravina e do outro uma conduta de água com cerca de 50cm, o mínimo percalço seria muito perigoso.
Ponderei mesmo me mandar para a água e ir por lá, mas a todo o custo la consegui passar isso tudo, sem problemas mas lento. Depois do primeiro abastecimento surgiu-me a pior subida que já fiz, quase 1km de parede, onde era impossível ir sempre a correr. A seguir, surge-nos algo que não contava, uma pista de “SKU” no meio do monte, ou seja, uma descida enorme, sem trilho mas com folha e muita lama, onde o grupo que me inseria parecia que estávamos a bater algum record de quedas. Uma das quedas correu-me mal, tendo sofrido mazelas na perna esquerda, que possivelmente se vieram a tornar influenciadoras no restante trajecto. Nesta descida ainda deu para ajudar um parceiro de prova que escorregou e não estava a conseguir parar.
Continuando a andar sempre no mesmo grupo, com cerca de 8/10 elementos, prosseguimos por água, por pontes, por subidas e descidas técnicas, com cordas para atravessar pedras, ou para descer, e o pior que me podia acontecer, aconteceu. A perna com a qual caí mal, sem qualquer aviso, saltou-me o músculo, quando já ia na frente do grupo, que prontamente pararam e me ajudaram. Mandei-os prosseguir e tive que seguir num ritmo mais lento. Depois disto este músculo não me perdoou mais, sempre que quis implementar meu ritmo, ele avisava-me, tendo num total de 8 cãibras, desiludiu-me não poder ir à velocidade que queria, mas mentalizei-me que o que não podia falhar era o terminar. Tive apoio constante do staff, de outros atletas que se apercebiam quando o músculo me saltava e me viam a seguir.
Cheguei no último abastecimento a pedir sal, para assim tentar que actuasse logo, mas não tinham, comi barras e batatas fritas. Como sabia que não podia abusar deixei me ir a um ritmo possível e assim apreciar a paisagem até há meta, terminando assim pouco desgastado pois não havia dado o meu máximo, mas o sorriso lá estava e o João Marinho e Sónia também, a apoiar-me e a tentar perceber o que se passou. Entretanto chegam Paulo Rocha e Jorge Ventura que conseguiram pôr toda a gente a rir quando Rochinha antes de cortar a meta decide fazer flexões. Lá fomos depois dar uma volta a pé pela Aldeia, ver a feira que estava a decorrer, confraternizar e comprar alimentos para o nosso jantar. Ai que bem que soube chegar a casa, lareira ligada e assim passarmos uma noite, a comer e a beber e em plena animação até bem tarde, onde os atletas que se mantinham em prova nos preocupavam no pensamento, tamanho era o mau tempo que se encontrava no exterior.
Dia a seguir lá nos levantamos novamente cedo para ir à entrega dos prémios e ao convívio, onde o meu amigo mutante Joao Marinho, por um lugar não conseguir ir ao pódio, nada que eu não estivesse há espera. Este momento, foi de real convívio, entre atletas experimentados e campeões, com menos experimentados como nós, com momentos fotográficos e muita animação, onde conheci o campeão e pessoa que muito admiro, Armando Teixeira, que demonstrou ser uma pessoa de quem se obtém facilmente um dialogo, ideias e opiniões.
A salientar disto tudo, não foi o facto de ter terminado nos primeiros 60, foi o termos todos terminado e felizes, a confirmar que todos adoramos o trajecto, a prova, o ambiente, que todos tínhamos histórias para contar e que no final ninguém se tinha aleijado. Alem disto, confirmamos que apesar da loucura, do mau tempo, das dores e do perigo, queremos repetir, que vamos treinar mais para melhorar, e que o que nos move é isto, companheirismo, espirito desportivo fantástico, aventura e o convívio entre amigos. Espero repetir muitas mais vezes estes fins-de-semana desportivos em convívio com os amigos e se possível mais pessoas, que serão benvindos e bem recebidos. Obrigado Lousã por tudo, mas principalmente por me ter proporcionado prazer numa prova que com estas condições todas se tornou numa prova de loucos para loucos.. Obrigado amigos por este fim de semana.
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