3 Fevereiro - Santa Iria - 25km - 1250m acumulado


Não há glória sem dor!
3 Fevereiro - Santa Iria - 25km - 1250m acumulado.
Fácil? Nem por isso...
A manhã começou escura e bem nublada. Éramos 5 (Fábio Teixeira, Francisco Silva, Fernando Vieira, César Duarte e Marco Magalhães) os valentes atletas da A.D.Amarante Trail Running a participar neste I Trail de Santa Iria e logo que chegamos ao local sentimos o frio e o imenso nevoeiro do local.
Início de luxo: Levantamento dos dorsais, conversa em dia e foto da praxe (queriamos ter a certeza que pelo menos antes da prova todos tinhamos um sorriso)
A partida foi dada às 09:15 e nem houve tempo para aquecer...ou melhor, aquecemos à pressão dado os 4km iniciais a subir que nos levaram à passagem pela Mina Branca e ao marco geodésico de Santa Iria, no alto dos seus 420m altitude. Não foi dificil de transpor mas deu logo para perceber que o percurso iria ser um sobe e desce constante mas com paisagens deslumbrantes.
Iniciamos a primeira descida radical com garra e apenas tinhamos que ter em enorme atenção o piso escorregadio do trilho, em especial as pedras e pedrinhas, regos e reguinhos.





























A meio da descida estava localizado o primeiro posto de abastecimento (água e sais) e ao km8 estavamos novamente a nivel dos 100m altitude.
Bom, apartir daqui a coisa começou a doer...batemos numa parede de 2km que até a pé era dificil quanto mais a correr. Não foi à toa que a organização a apelidou de "Subida impossível". Foram minutos de muita pulsação e suor mas lá em cima atingimos o cume e conseguimos torná-la possível!
Tempo para recuperar um pouco e largar os travões para a melhor parte do percurso...single track de vários km em descida e com paisagens absolutamente fantásticas. Parte tão bela quanto perigosa. Para terem uma ideia a descida era efectuada numa parte inicial em singletrack com vegetação rasteira e com a Cascata dos Cadeados à nossa direita.
À medida que nos aproximavamos do final apenas era possível transpor sobre umas pedras (quer dum lado quer do outro, apenas seria possível voando) que nos levaram a vários pontos de fotografia e à passagem pelo Poço Negro.
Digno de Indiana Jones!
Atravessamos o rio mergulhando meia perna na água e serpenteamos o rio novamente por single track. Como seria de esperar, e depois da valente descida, iniciamos novamente uma subida à Serra das Banjas. A meio, encontramos o 2º abastecimento (desta vez além da água e sais, podiamos encontrar alimentação sólida).  Olhando em frente já dava para perceber os problemas que aí vinham...uma subida gigante apenas possível por "escalada" sobre as enormes rochas que ali se encontravam parecendo especialmente colocadas para os atletas.
Uma vez chegados ao topo, começamos a descer com uma paisagem lindissima, as enormas banjas ao nosso lado e a linha de caminho de ferro antiga, usadas num passado já bem distante.
O 3º e último abastecimento estava localizado ao km 20 e cruzava o mesmo local que tinhamos passado algum tempo antes, na descida de Santa Iria. Apartir daqui era sempre a descer por estradões largos e com bom piso. Finalmente havia tempo para começar a recuperação dos músculos e pernas. Os 200m finais eram duros mas  serviram para motivar ainda mais a tão aguardada chegada à meta, onde já se ouvia o speaker a anunciar a chegada dos atletas.
Na arco de meta, a organização prendava-nos com uma pulseira de "mérito" e logo nos encaminhava para as mesas de reforço alimentar. E que reforço...desde bolos caseiros, fruta, água, sais, vinho e até porco no espeto (para quem quisesse lá almoçar).
Os tempos finais não são verdadeiramente importantes e ao fim de quase 5h de prova, estavamos todos juntos novamente. E com um sorriso nos lábios! Organização de bom nível, quer no secretariado, abastecimentos e simpatia. Apenas um senão respeitante aos banhos que além de distantes, foram dificeis de encontrar (acabamos por desistir)
Foi pena não termos oportunidade para uma tainada a condizer mas a hora já se fazia tarde...e até a lingua doía! :)
Para quem nunca tinha feito Trail a sério, este foi um verdadeiro desafio e uma brilhante vitória tê-lo terminado. A glória de ter chegado ao fim ficará para sempre...a dor, essa desaparecerá já hoje.
Sem dúvida a repetir no próximo ano!
"Sem espirito de grupo e amizade não seria possível ultrapassar estes desafios. É isto que nos move e nos caracteriza enquanto equipa verde."
Força equipa!


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