A Serra da Aboboreira é caracterizada por ser uma área muito interessante sob o ponto de vista ecológico e arqueológico. Constitui por si só um maciço granítico de relevos moderadamente pronunciados, adstrito ao sistema montanhoso Marão/Alvão, localizado no extremo noroeste do distrito do Porto, distribuindo-se pelos concelhos de Amarante, Baião e Marco de Canaveses. Terá sido o espaço escolhido por povos primitivos para se fixarem há cerca de 5 mil anos.
Situado na charneira entre o Minho e Trás-os-Montes, tudo indica que Amarante deve a sua origem a estes povos primitivos que demandaram da serra da Aboboreira (habitada desde a Idade da Pedra), fixando-se junto ao Tâmega.
Actualmente, tentam-se esforços para responder a muitas perguntas relacionadas com as descobertas aí realizadas, sobretudo ao longo do século XX. A Anta de Chã de Parada, que faz parte de um conjunto de monumentos megalíticos constituído por mais três mamoas, está classificada como Monumento Nacional desde 1910, conferindo-lhe um valor sociocultural e arquitectónico relevante. Já o conjunto megalítico da Aboboreira encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1990.
A Anta de Chã de Parada atrai anualmente muitos curiosos, escolas e estudiosos. Construído durante a primeira metade do III milénio a. C., este monumento funerário pré-histórico faz parte de um conjunto de quatro outros exemplares pertencentes à denominada Necrópole Megalítica da Serra da Aboboreira. A mamoa tem uma câmara de planta poligonal, é constituída por oito esteios laterais e um de cobertura, este último de grandes dimensões. De planta sub-rectangular, o corredor é relativamente curto. Uma das particularidades desta mamoa reside na presença de um conjunto de pinturas nos seus esteios, todas elas executadas a vermelho, compreendendo alguns motivos circulares, além de um sub-rectangular de base trapezoidal e apêndice lateral encurvado.